Nesta quarta-feira (26), o congresso dos Estados Unidos realizou uma audiência pública para discutir sobre fenômenos aéreos não identificados, os também chamados óvnis, UFOs ou UAPs. De acordo com o The Guardian, David Grusch, um ex-agente de inteligência da Força Aérea dos EUA, afirmou em junho à imprensa que o governo mantém ilegalmente evidências de artefatos não-humanos, incluindo veículos intactos e parcialmente intactos, por décadas. Esta acusação está sendo analisada pelo Comitê de Supervisão da Câmara.
Grusch, principal testemunha, foi ouvido às 10h, em Washington. No trecho do depoimento divulgado das redes sociais, o ex-oficial voltou a afirmar a denúncia que fez e ainda contou que tudo o que disse veio de informações recebidas de pessoas com “um longo histórico de legitimidade”. Além disso, as evidências que foram fornecidas vieram no formato de fotos, documentos e testemunho oral.
“Eu fui informado no curso de minhas funções oficiais, sobre um programa existente há décadas, de recuperação de óvnis caídos e engenharia reversa ao qual eu tive o acesso negado quando solicitei informações adicionais. Eu tomei a decisão, com base nos dados que coletei, de relatar esta informação ao meu superior e, de fato, me tornei um delator”, declarou ele.
O ex-agente, então, foi questionado sobre se o governo teria o corpo dos pilotos, já que ele acredita que o órgão tem as naves que caíram, como falou anteriormente na sua fala ao jornal “News Nation”. “Como já afirmei publicamente na minha entrevista para a ‘News Nation’, material biológico foi recolhido em algumas dessas recuperações”, disse.
Depois disso, foi questionado se o material seria humano ou não. “Não-humano, e essa foi a avaliação de pessoas com conhecimento direto sobre o programa com quem conversei”, pontuou. Ainda segundo David, ele também sofreu retaliações que caracterizou como “brutais” ao fazer a denúncia. Pessoas que eram conhecidas do ex-agente também foram “prejudicadas ou feridas” em esforços para acobertar o que sabiam.
Ryan Graves, um piloto aposentado da marinha, também foi ouvido durante a audiência. Ele afirmou ter visto fenômenos aéreos não identificados na costa do Atlântico “todos os dias por pelo menos alguns anos”. Graves relatou o que viu nas suas experiências, que teriam começado em 2018. O piloto descreveu que avistou algo como “um cubo cinza escuro ou preto dentro de uma esfera transparente”. Segundo ele, esses casos são “grosseiramente subnotificados” e “não são raros ou isolados”.
A terceira testemunha escutada foi David Fravor, um ex-comandante da marinha. Ele contou que observou um objeto estranho no céu durante uma missão de treinamento em 2004. Na época, Fravor chegou a ficar conhecido por ter registrado em vídeo o momento. De acordo com o ex-comandante, ele e a sua equipe ficaram chocados que a experiência não passou por investigação e ninguém foi questionado sobre o ocorrido.
Segundo informações do O Globo, esta foi a terceira audiência sobre o assunto depois de ter sido mantido em segredo por anos. Em abril, Sean Kirkpatrick, diretor do escritório encarregado de avistamentos, explicou que o governo examina atualmente mais de 650 casos de potencial óvnis. “Desses priorizamos cerca de metade deles como tendo um valor anômalo e interessante, e agora temos que olhar para eles e nos perguntar: quantos parecem ser verdadeiros?”, questionou.