“São esforços que se somam; não é para competir. O protagonismo dessa negociação é do governo federal. Nosso papel como governo do Estado é limitado, mas importante para mostrar o senso de urgência na questão”, disse o governador paulista.
São Paulo liderou o volume de exportações do Brasil para os EUA em 2024. Foram US$ 13,6 bilhões, equivalentes a 33,6% de tudo o que foi vendido pelo Brasil no ano passado ao país norte-americano.
Tarcísio acrescentou que a posição comercial de São Paulo em relação a Washington o leva a “trabalhar para resolver o problema do empresário e do produtor do Estado”.
O encontro está marcado para as 9h30 desta 3ª feira (15.jul). Participam Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em Brasília, e representantes de 15 setores econômicos, como carne, café, laranja, siderurgia, aviação, máquinas e equipamentos.
Os EUA não têm atualmente embaixador no Brasil. Portanto, Escobar é o representante do governo norte-americano em Brasília. Na 6ª feira (11.jul), já havia se reunido com Tarcísio para tratar das tarifas.
Recentemente, o governador de SP tem sido mais brando em relação ao governo federal ao abordar o tarifaço de Trump.
Logo que o presidente dos EUA divulgou, em seu perfil na Truth Social, a carta destinada a Lula anunciando a alíquota de 50% para o Brasil na 4ª feira (9.jul), Tarcísio responsabilizou o governo federal pela medida. Na ocasião, publicou uma nota dizendo que “o governo Lula não entendeu ainda que ideologia e aritmética não se misturam”.
No sábado (12.jul), amenizou o tom e afirmou ser necessário unir “esforços” para “resolver a questão”.
ALVO DE CRÍTICAS
Tarcísio foi alvo de críticas de ministros e aliados de Lula no Congresso quando reagiu à carta de Trump. Mas também foi criticado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por se reunir com Escobar em Brasília.
Para o deputado licenciado, o governador o desrespeitou ao buscar, por iniciativa própria, uma saída para as tarifas de Trump.
“O Tarcísio utilizou os canais errados. O filho do presidente está nos EUA. O Tarcísio não tem nada que querer costurar por fora uma decisão que provavelmente vai chegar a mais um acordo caracu [expressão popular usada quando apenas um dos lados da parceria sai prejudicado]. O Tarcísio tem que entender que o filho do presidente está nos EUA e tem acesso à Casa Branca”, disse o congressista em entrevista à Folha de S.Paulo publicada na 2ª feira (14.jul).
Tarcísio disse não ter problemas com a opinião do filho de Jair Bolsonaro (PL): “Sem problema. Neste momento, estou olhando para São Paulo, para o seu setor industrial, para a sua indústria aeronáutica, de máquinas e equipamentos, para o nosso agronegócio, para os nossos empreendedores e trabalhadores”.
Tarcísio é frequentemente apontado como possível substituto de Jair Bolsonaro na disputa pela vaga da direita para concorrer à Presidência em 2026 contra Lula, que deve tentar a reeleição. Bolsonaro está inelegível, segundo decisão de 2023 do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
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