Após mais de 300 trabalhadores do transporte intermunicipal receberem aviso prévio, sindicato alerta que o congelamento do preço das passagens pode afetar circulação de ônibus rodoviário em pelo menos cinco municípios
O aumento do preço dos combustíveis pode paralisar as operações de transportes intermunicipais no Amazonas. É o que afirmam os funcionários das empresas que operam no Estado que realizaram uma manifestação nesta segunda-feira (04) em frente a rodoviária de Manaus, zona Centro-Sul, após cerca de 300 trabalhadores receberem aviso prévio.
Segundo eles, inclusive as grandes empresas como Aruanã Transportes e a Expresso Transamazônica, que fazem o translado de pessoas na região metropolitana de Manaus e para outros estados como Roraima e Rondônia ameaçam fechar as portas.
“Acho que daqui há 30 dias fecham as portas. porque não têm condições de manter os funcionários ou de abastecer os ônibus. A situação é que o preço da passagem está congelado há 5 anos”, declarou o gerente, Gesiel Crispim.
Os funcionários se reuniram para chamar atenção do poder público para o problema. Segundo o presidente do Sindiespecial, Wiliam Enock, houve uma reunião com os representantes de várias empresas em que foi anunciada a dispensa e as dificuldades financeiras. “Estradas estão péssimas. A empresa chamou a gente para a reunião e não tem condições de manter. Os trabalhadores estão aqui para tentar chamar a atenção das autoridades pra tentar sanar essa situação”, disse William.
“Estamos pedindo socorro. Socorro do governo. Precisamos do nosso emprego. Nós temos família e o governo tem que fazer alguma coisa. Dar subsídio de diesel, ou dar reajuste na tarifa. São cinco anos sem aumento”, acrescentou Gesiel.
Segundo os trabalhadores, Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam) congelou os preços das passagens do transporte rodoviário desde 2018 e atualmente o preço da tarifa do jeito que está não gera lucros para manter as operações de transporte.
Em nota, a Arsepam disse que não foi acionada, previamente, pelo sindicato que representa os trabalhadores. Segundo o órgão, devido às interrupções nos trabalhos do Grupo Aruanã, a Diretoria Técnica (DTEC) e a Assessoria Jurídica (Asjur) da Arsepam estudam acionar os mecanismos legais disponíveis para o prosseguimento e continuidade das linhas que atendem os municípios de Presidente Figueiredo, Careiro Castanho, Manacapuru, Itacoatiara e Silves.
Via: Acrítica